Conto de terror sem fim

by - quarta-feira, setembro 09, 2015

Já entrei naquela casa com a pulga atrás da orelha. Talvez o fato dos meus pés não pisarem muito bem no chão tinha algo haver com isso. Me sentia flutuando e deslizando porta a dentro. Quando entrei, vi no canto direito da sala um casal assistindo TV extremamente compenetrados, pois nem notaram a minha presença. Prontamente cumprimentei com um 'Olá' bem alongado:
- Olááá!
Na TV, consegui enxergar quando passei, via-se algum tipo de luta que não identifiquei, mas o mais estranho era que o som que vinha da TV parecia como o de um alarme. Um som agudo que incomodava bastante. Ignorei o fato no momento seguinte e continuei a entrar pela casa. A iluminação de dentro era muito clara, a luz de cada lâmpada brilhava mais que o normal. Com os olhos semicerrados abri a primeira porta da esquerda e lá de dentro pulou um gato de duas cores tão rápido que mal pude ver para onde foi. Ali era um banheiro e ainda tinha o vidro embaçado da última pessoa que tomou banho. Deixei a porta aberta para o calor sair e marchei para o próximo cômodo.

Ao entrar na segunda porta notei que aquele som parecido com alarme começou a tocar de novo. Porque não desligavam a TV? Um pouco irritada entrei no que parecia um dia ter sido um quarto de criança. Nas paredes tinham várias prateleiras cheias de bonecas e brinquedos quebrados, á frente uma janela aberta que deixava uma luz tão brilhante quanto a que vinha de dentro da casa. Aquele som e aquela luz realmente incomodavam!

Decidi ir embora daquela casa e retornar o meu passeio no bairro. Afinal, porque eu entrei aqui mesmo? Não conseguia me lembrar. Iniciei uma corrida até a porta de entrada, mas meus pés não obedeciam e meus passos eram engraçados. Precisei cravar os dedos nos vãos da madeira no chão para dar impulso para frente. Não sei quanto tempo demorou, mas pareceu uma eternidade até alcançar o marco da porta principal.

Ao que o som agudo foi ficando mais alto e a luz mais brilhante, abro os olhos e estou em meu quarto. Deitada na minha cama. Acho que fui dormir com a luz acesa ontem a noite...
Me levanto, desligo o despertador antes de sentar mais um pouco na beirada da cama e refletir sobre esse sonho que acabei de ter.


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